terça-feira, 10 de dezembro de 2002

O SISTEMA TRIDIMENSIONAL DA INFORMAÇÃO CONTÁBIL

Dentro de um sistema tridimensional de informação contábil, também conhecido como o "tripé da contabilidade" não fica nenhuma informação sem ter usuário final. Os sistemas de informação se dividem em três grandes grupos: sistema de informação societária, sistema de informação fiscal, e, sistema de informação gerencial. E o mais importante dentro desse contexto de entendimento, é que a mesma informação, após coletada, servirá para tornar disponível qualquer um dos três meio de visualização.

Em outras palavras, é ter um sistema de informações integrado. Funciona como um filtro, quando se deseja informações fiscais, se omite outras informações, como por exemplo, as gerenciais (que servem unicamente para a tomada de decisões) e as societárias (de uso único dos acionistas). Ou quando se deseja informações gerenciais, omite-se as fiscais e societárias, e assim por diante. É apenas uma forma de analisar as informações sob outro ângulo, aquele que se deseja para atender as necessidades de acordo com o usuário final, mas sempre com os mesmos dados (por isso chamado de integrado).

Pode-se dizer que são mostradas as informações de acordo com o que interessa para cada cliente da informação. O que se nota muito na atualidade das empresas é que, geralmente, mais nas pequenas e microempresas, se atende em primeira instância o fisco, e em seguida, nem em todas, são montados os relatórios gerenciais.

No Brasil, onde a carga tributária está entre as maiores do mundo, a opção pela sonegação ou evasão fiscal, é um dos caminhos que os empresários costumeiramente tomam. Mesmo que o aspecto fiscal sempre causou um certo medo para os empresários, eles nunca devem deixar de reconhecer a importância das informações gerenciais, que são as que dão suporte a eles para uma melhor decisão que será tomada.

E quanto à contabilidade societária, que não vem ao caso dos microempresários, mas para os médios e grandes grupos de empresas, tem que se relacionar sempre com o aspecto gerencial, já que o que se mostra para os acionistas é um retrato das atividades que a empresa vem desenvolvendo, e se isso está trazendo retorno para eles.

Então, a relação que existe entre a informação gerencial e a societária é a que de a gerencial deve servir de fundamentação para a formação de relatórios societários, pois sem tê-la,fica mais difícil expor o balanço societário para os acionistas partindo das informações do balanço fiscal.

São Paulo, 20 de Setembro de 2002.

* Pós-Graduando em Controladoria e Finanças - Mackenzie
Edição Imparcial 141

terça-feira, 20 de agosto de 2002

ECONOMICAMENTE FALANDO

Fazer uma política de alavancagem econômica, ou apenas manter o ritmo de crescimento, será, indubitavelmente, tarefa para um super Governo!

Como ele controla os mercados para evitar a anarquia, isso poderá ser feito através do seu poder controlador, garantindo a propriedade privada, o respeito aos contratos e a livre concorrência.

Além desses poderes supremos, a atuação no comércio e fluxo de capitais se faz necessário para evitar crises monetárias e pressões por especuladores internacionais na moeda brasileira, gerando desvalorizações, ou seja, o aumento da inflação.

Políticas de crédito voltadas ao estímulo às exportações, mesmo correndo riscos da atividade cambial, são necessárias implementar para uma melhor performance econômica do país.

No entanto, o crescimento poderá ser comprometido com crises que emergem no mercado financeiro e no de capitais. O crédito todo concentrado no Banco de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDS - faz direcionar mais as transações entre governo e o banco, onde os bancos negociam títulos públicos.

Uma tentativa da manutenção da economia em crescimento, ou em crescimento acelerado, tem relação com a política cambial, em que se consideram as importações e exportações como contas de maior relevância no mercado externo.

A valorização dessa política, levará o país de volta ao caminho do crescimento diante do cenário econômico internacional, e a imagem do país do futebol, será finalmente restaurada.

São Paulo, 20 de Agosto de 2002.

* Pós-Graduando em Controladoria e Finanças - Mackenzie

Edição Imparcial 134

sábado, 10 de agosto de 2002

UMA SÁBIA OPINIÃO

Matéria baseada na palestra com o Ex-Ministro da Fazenda, Deputado e Professor Antonio Delfim Neto, em 09/04/02, sobre a atual situação econômica do Brasil.

A situação atual do Brasil é decorrente do sucesso na implementação do plano de estabilização há quase uma década.

Hoje o Produto Interno Bruto – PIB (a soma dos bens e serviços produzidos) apresenta um crescimento baixo da ordem de 2,4% ao ano. Como a população cresceu a taxa de 1,6%, a taxa real de aumento no PIB foi de 0,8%.

A situação exposta, aliada à dívida externa e os passivos líquidos (dívida interna), faz baixar o nível de credibilidade do país diante dos investidores. Esse é o ponto delicado de uma economia. Daí é que se origina o cálculo do Risco Brasil.

Como não bastasse, com essa credibilidade afetada e para manter o êxito da estabilização, foi necessário elevar a taxa de juros nominal (aquela fixada pelo Governo) para conseguir uma redução na inflação. Atualmente a taxa de juros no Brasil é de 6 a 7%, enquanto que nos países desenvolvidos, oscila entre 2 e 3%.

Entretanto, a estabilização econômica bem sucedida no Brasil, deixou duas heranças: o passivo externo, da ordem de $ 400 bilhões de dólares, que corresponde ao capital que está no Brasil, mas pertence à não residentes (investidores estrangeiros) e; e dívida interna, em que cada dólar que entra no Brasil, gera um real, e o Governo, para evitar a geração da inflação, emite títulos públicos e vende para recomprar o gerado com a entrada da moeda estrangeira. Este processo de financiamento da dívida com conta corrente (dívida interna) é conhecido como a “rolagem da dívida”.

Outra solução que foi adotada foi a venda do patrimônio interno, ou seja, a privatização de empresas públicas, para suprir o déficit produzido em conta corrente.

Uma maneira para neutralizar heranças deixadas, poderia ser, segundo Delfim, a baixa da taxa de juros em curto prazo. No entanto, com a adoção dessa tática, elevar-se-ia o Risco Brasil; ou, de outra forma, a executar uma política de exportações (substituição de importações).

Assim, o PIB cresceria mais depressa que a dívida interna e as exportações superariam as importações, tendo um resultado superavitário na Balança Comercial. Isso reduziria o spread (taxa de juro cobrada pelos Bancos em transações), e em decorrência, o juro. Estas são ações que o Governo deverá tomar, segundo o ex-ministro, para “evitar se aproximar de uma situação semelhante a da nossa vizinha Argentina”, ressalta.

Cada cidadão tem influência para ajudar a compor uma parte da história, que poderá ter outro final, dependendo do resultado da soma das vontades de 170 milhões de brasileiros. Vamos fazer a nossa parte. O que não podemos é nos omitir diante de tantos fatos que acontecem sem podermos nada fazer.

São Paulo, 05 de Agosto de 2002.

* Pós-Graduando em Controladoria e Finanças - Mackenzie
Edição Imparcial 133

sábado, 20 de julho de 2002

INTERNET NOSSA DE CADA DIA

Qual é o futuro da web? Ninguém sabe ao certo. A Internet2 é apenas um dos prováveis caminhos entre outras tendências. Promissora no Brasil a rede pública robusta e veloz, com tecnologia de ponta, já é realidade nos EUA.

Para se ter uma idéia, chega a suportar aplicativos de vídeoconferência e aprendizado à distância em real time. Os usuários mais comuns atualmente são as instituições de ensino e as de pesquisa, que desenvolvem o mega projeto, na forma de um consórcio formado por mais de 180 universidades norte-americanas.

O objetivo principal é elevar a rede para outro nível. A Cisco e a IBM estão atuando como colaboradoras nas pesquisas através da doação de suas conceituadas tecnologias.

A Internet2 poderá ficar cerca de 800 vezes mais veloz das atuais conexões tradicionais domésticas com um modem de 56Kbps, comum hoje. O segredo é a velocidade atingida com a fibra de alta performance, via cabo submarino entre o Brasil e os EUA, ou seja, a qualidade como um todo, sem gargalos de link’s lentos em locais com disparidade de tecnologias físicas.

O detalhe mais chamativo da nova tecnologia será a videoconferência, tendo na área corporativa um largo campo de utilidade, não só pela economia de tempo e dinheiro, mas pela simples possibilidade de plugar todos os escritórios ou filiais ao mesmo tempo.

Não há como negar ou ignorar a importância da tecnologia como fator de evolução nos negócios em empresas de qualquer porte.

Quando tecnologia da banda larga se difundir em maior escala no Brasil, o que pode demorar mais uns três anos ainda, poderemos desfrutar das maravilhas que as telecomunicações nos trazem, embora atrase sua chegada.

No entanto, uma dúvida nasce: como será a difusão de tanta tecnologia num país subdesenvolvido como o nosso em que a maioria da população não tem condições de ter um computador em casa? O nível de educação é muito baixo ainda. O analfabetismo precisa ser erradicado dos grandes centros urbanos.

Embora os benefícios reais ainda estejam distantes, é importante lembrar que comparando-se com os dias de hoje, será dado um grande salto.

Podemos alimentar nossa esperança em termos uma internet veloz num futuro próximo, até 2005, quem sabe, como projeção de uso corporativo no mínimo, a um custo acessível.

O que será realidade, ainda é um bonito sonho em nossas cabeças neste momento!

São Paulo, 18 de julho de 2002.

* Pós-Graduando em Controladoria e Finanças - Mackenzie

Edição Imparcial 132

quarta-feira, 10 de julho de 2002

A POLÍTICA MACROECONÔMICA DO BRASIL

O trabalho do governo consiste geralmente na busca do equilíbrio econômico, com a equalização de quatro políticas básicas, objetivando tornar maior o hiato com possíveis colapsos ou crises monetárias. Isso se dá através de ações sintonizadas que, analisadas em conjunto, refletem na política macroeconômica.

A Política Monetária tem como objetivo controlar os meios de pagamentos (estoques monetários de moeda em circulação em poder do público). Incluem-se nesta, as regras relativas ao crédito de curto prazo para investimentos, poupança e consumo doméstico. Entra aqui também, como exemplo, o novo Sistema Brasileiro de Pagamentos, como operação de mercado aberto entre instituições financeiras responsáveis pelo fluxo de moeda interno.

A Política Fiscal regula os recursos arrecadados com a tributação e administra os investimentos e gastos públicos do governo e das autoridades monetárias, incluindo as transferências de fundos para estados e municípios.

A Política Cambial é aquela que rege as trocas internacionais através do mercado de câmbio, seja por importações e exportações (trocas reais), ou pelos fluxos de capitais (trocas monetárias). Esta última, a partir dos anos 90, tem superado em dez vezes as trocas reais. Nesta política individual, entra o papel do FMI - Fundo Monetário Internacional - como zelador do Balanço de Pagamentos (resultado global da economia de um país) à estabilidade monetária a nível mundial. A Política Cambial faz incursão ao comércio exterior (relações internacionais) e à administração das reservas junto ao FMI.

E por último existe a Política de Rendas, cuja finalidade é tratar das remunerações do setor público. É afetada diretamente pelas conseqüências das alterações das políticas monetária, cambial e fiscal. A execução desta política está mais voltada para o aspecto social e cultural. Pode-se tomar como esboço a preocupação com a educação, redução da desigualdade social, criminalidade e violência, geração de empregos.

No mês passado, quem acompanhou o noticiário das oscilações do câmbio (desvalorização da moeda brasileira em relação do dólar americano) pôde vislumbrar a competência e agilidade da equipe econômica para conter a turbulência do mercado financeiro.

Algumas medidas adotadas em meados de junho, como a aceitação da sugestão do FMI em reduzir as reservas monetárias internacionais do Brasil em US$ 5 bilhões (isso equivale a quase 25% do montante total); a recompra dos títulos da dívida externa pelo governo com a utilização das reservas, na ordem de US$ 3 bilhões; o saque de US$ 10 bilhões em DES (Depósitos Especiais de Saque - moeda oficial do FMI, cujo montante é formado pela soma das participações dos países membros); e a redução de US$ 5,3 bilhões no orçamento pelas perdas com a re-aprovação da CPMF, voltou a reforçar a confiança dos investidores estrangeiros em relação às perspectivas da economia brasileira, reduzindo assim, o chamado risco Brasil.

Esse pacote de medidas emergenciais, foi uma das alternativas que o governo utilizou, na área cambial, para manter o equilíbrio macroeconômico. Diga-se que foi uma maneira mais rápida para acalmar o mercado financeiro, turbulento pelas expectativas em relação as possíveis mudanças que estão por vir com a eleição do novo sucessor presidencial.

Até que ponto isso foi bom, não se sabe. Somente o futuro nos dirá se estamos no caminho de uma economia expansionista. Até porque, o próximo presidente, no mínimo, deverá honrar com os compromissos ora assumidos para que a economia continue estável e garante níveis satisfatórios de desenvolvimento, além de adotar medidas mais rígidas para que o ritmo de crescimento seja constante.

Em países emergentes, a manutenção de uma política macroeconômica sempre deverá estar voltada para um contínuo desenvolvimento, o que sempre acarreta na tomada de decisões eficazes a tempo, no entanto, geralmente vinculadas aos interesses do FMI e de órgãos monetários internacionais, que controlam as economias em ascensão.

São Paulo, 16 de junho de 2002.

* Pós-Graduando em Controladoria e Finanças - Mackenzie

Edição Imparcial 131

sábado, 15 de junho de 2002

INFORMAÇÕES SEGURAS NO MUNDO VIRTUAL II

Ter uma política de segurança é um diferencial estratégico na arena do mercado.

Quando se fala em segurança das informações, uma coisa é certa. A internet que veio para mudar a vida das pessoas para melhor, trouxe também um inconveniente: é o meio mais usado por hacker’s para invasões, principalmente em conexões de uso doméstico, que geralmente não possuem proteções adicionais como nas empresas.

Os ataques cibernéticos podem não parecer ameaça para as pequenas e microempresas. Mas a partir do momento que o porte econômico da empresa se torna cada vez maior, necessitando de maior uso da informática, a verba para atender a segurança deve ser priorizada no orçamento anual.

Mais do que isso, a segurança passa por uma questão de educação. Os dados tratados de forma confidencial têm maior importância do que os investimentos em tecnologias, porque as pessoas são hoje consideradas o principal ativo das empresas.

Segundo consultorias na área, a política de segurança mais eficiente é aquela que está formalizada em documentos simples, porém que esclareçam os procedimentos básicos e conscientizam os usuários para evitar situações de risco. E a divulgação dessa política é essencial no ambiente interno. Pode-se começar com treinamentos para o uso do correio eletrônico, internet e antivírus.

Outro aspecto, dentre um conjunto de elementos que compõe a segurança, que está sendo analisada é a conduta ética na contratação de profissionais. De nada adianta ter a melhor tecnologia, se o funcionário sai da empresa levando um CD, disquete ou algum documento importante contendo informações de interesse para empresas concorrentes.

Com isso, estão surgindo os “hacker’s éticos”. São os preferidos por consultorias e empresas de segurança. Eles testam a vulnerabilidade dos sistemas de proteção instalados, para companhias que expõe seus dados pela net. Isso acontece muito em empresas que usam o e-commerce – comércio eletrônico – nos modos B2B (Business to Business), de empresa para empresa; B2C (Business to Consumer), de empresa para consumidor; CRM (Customer Relationship Manager), gestão do relacionamento com clientes; e inclusive o ERP (Enterprise Resource Planning), sistema de gestão automatizado.

Portanto, considerando os ambientes de risco supracitado, o binômio, integridade e segurança das informações, deve superar sempre antes, a própria disponibilidade das informações através das redes privadas.


São Paulo, 31 de maio de 2002.

* Pós-Graduando em Controladoria e Finanças - Mackenzie

Edição 130 - Junho de 2002.

sábado, 1 de junho de 2002

INFORMAÇÕES SEGURAS NO MUNDO VIRTUAL

Talvez exista um computador seguro, mas para isso, pasmem: "a máquina deverá estar desligada, desconectada, e dentro de uma caixa-forte de titânio cimentada em um bloco de concreto no fundo do mar e vigiada por guardas muito bem pagos. Mesmo assim sempre há o perigo de alguma informação vazar", afirma Spafford, especialista e consultor em segurança de informações nos EUA.

Parece fácil. Mas todo cuidado é pouco quando se fala em riscos que podem causar perdas de informações. Já é quase impossível proteger documentos confidenciais.

Quando menos se espera, hackers estão vasculhando portas, e o que mais deixa a mercê do caos são os usuários 'impostores' de redes corporativas. Estatísticas mostram que, em média 65% dos ataques vêm de dentro da empresa.

No Brasil, já é moda conseguir invadir um provedor de Internet, ou mesmo testar a integridade de redes internas. Aqui temos os maiores clãs de hackers do mundo. Isso comprova que a tecnologia está em alta.

Uma boa política de segurança que as médias e grandes corporações precisam pôr na prática são a instalação de firewall (programa de proteção), sistema de detecção de intrusos (IDS), detecção de vírus e criptografia em tráfegos. Para isso, um dos pré-requisitos, que está em escassez, é encontrar profissionais especialistas em segurança, para realizar atualizações ou manutenções.

Para isso, outros fatores de relevância são a existência de políticas de segurança determinadas em consonância com a arquitetura física das redes, e a capacidade de gerenciar com eficiência a proteção.

No entanto, às vezes a alta administração não entende porque é preciso comprar soluções de segurança ou desembolsar uma cifra significante em honorários de profissionais técnicos.

Certamente, quando não existem ocorrências de anomalias causadas por uma invasão ou pela disseminação de um vírus, ninguém lembra ou dá a devida importância para a segurança.

Etretanto, quando há perda de informação vital, se começa a valorizar a utilidade da segurança virtual, fazendo com que a empresa adquira, posteriormente, as ferramentas preventivas, que neste cenário são puramente corretivas.





Continua na Edição 130.

* Pós-Graduando em Controladoria e Finanças - Mackenzie

Edição 129 - Junho de 2002.

terça-feira, 14 de maio de 2002

RELACIONAMENTO COM CLIENTES

Com o uso da tecnologia avançada, hoje se fala muito em CRM (Customer Relationship Management) ou gerenciamento do relacionamento com o cliente.

Este filosofia empresarial de conhecimento e de comunicação com os clientes está sendo utilizada como uma política de tratamento dos consumidores, que visa aumentar os lucros e garantir a honestidade. Ressalto que não é uma ferramenta, mas uma filosofia.

As vendas aumentam consideravelmente ao conhecer mais o cliente, devido a empresa saber das necessidades exatas dele. Percebe-se com isso, a variação de sua satisfação.

Mas só a tecnologia não basta, além dela deve-se considerar a automação de processos de suporte e atendimento, análise de dados e marketing, porque sem as pessoas - funcionários - que alimentam de informações os sistemas, a tecnologia por si só não tem eficácia.

Porém, a sobrevivência nos negócios vai além de simplesmente manter o cliente satisfeito. As informações obtidas no contato devem ser bem usadas. Por isso, a função essencial do CRM é conhecê-lo bastante. Com a apuração dos dados dos clientes permite-se saber quais são os mais rentáveis.

O conceito de relacionamento com clientes dá resultados, como a constatação do aumento da receita, a variação dos custos e a própria satisfação deles. O CRM é um processo de evolução, de conhecimento e de comunicação com os clientes; é uma política de tratamento.

Tudo isso é conseguido a longo prazo, com base no compartilhamento de informações, que ainda é um grande problema num projeto de CRM. Hoje, quem tem a informação tem o poder. As melhores estratégias de venda são dadas pelos clientes. Portanto, é só a empresa saber ouvi-los.


* Pós-Graduando em Controladoria e Finanças - Mackenzie

Edição 128 - Maio de 2002.

sexta-feira, 3 de maio de 2002

O CLIENTE COMO EIXO DA ECONOMIA

A qualidade do atendimento ao cliente começa na qualidade dos serviços das pessoas. E a prioridade de qualquer negócio é cativar e manter o cliente. Dizem agora que ele é o maior ativo de uma empresa. Discordo. Acredito que tudo começa com as pessoas, que "são" a empresa. A conquista e a preferência do cliente é o efeito do bom atendimento e atenção ao manter o contato.

Diante dessa realidade, algumas habilidades são necessárias para o atendimento com qualidade.

A agilidade é fundamental, mas desde que atenda as necessidades. Competência é sinônimo de profissionalismo, portanto isso demonstra confiança. Ter educação evidencia o respeito ao tratar todos da mesma maneira. A verdade reflete na capacidade de poder cumprir somente aquilo que foi prometido. É prestar informações com conhecimento porque o cliente nunca esquece o que se faz por ele, seja bom ou ruim. É mostrar-se interessado em querer ajudar o cliente a resolver seu problema é o primeiro passo para faze-lo sentir-se satisfeito.

Nossas escolhas são baseadas em nossa preferência. E o atendimento com qualidade é um dos fatores que faz o diferencial, gerando a expectativa para o cliente.

Estamos na Era dos Serviços. Somos clientes e temos clientes, e para concretizar a permanência no mercado é necessário valorizá-lo.

Sentir-se feliz em vê-lo saindo satisfeito e mais confiante em relação ao mundo a si mesmo, é ter certeza do seu retorno.

Considerando a necessidade para a empresa em manter o cliente, já que custa 10 vezes mais a conquista de um novo, temos que dar a ele toda a atenção.

É ele quem faz girar a economia, o país, o mundo. Ele é o eixo. Todos somos clientes, portanto o tratamento que se deve dar é o mesmo que você gostaria de receber. Se coloque no lugar dele: ele sempre tem razão!

* Pós-Graduando em Controladoria e Finanças - Mackenzie

Edição 127 - Maio de 2002.

quarta-feira, 3 de abril de 2002

PARADIGMAS E PARADOXOS DO MUNDO MODERNO II

Um exemplo prático de sucesso que se pode fazer menção ao e-workplace (trabalho em casa) é o caso da Microsoft, nos EUA. Lá, o horário é flexível, permitindo aos profissionais apresentar resultados bem superiores com mais criatividade ao trabalhar nos horários que entendem ser os mais convenientes.

No entanto, podem surgir problemas com o convívio particular, que nem sempre dá para separar, num mesmo ambiente, duas personalidades diante dos membros da família. A conquista dessa independência laboral pode estar relacionada com processos culturais.

Um fator considerado em primeiro plano é quando a pessoa é dona do seu tempo, pois precisa ser a mais produtiva possível. Haverá a necessidade de sempre estar fazendo uma revisão do que é feito e do que foi planejado, para atingir a meta definida para aqueles dias.

Sendo possível ter o escritório em casa, longe da empresa, é preferível monta-lo então, numa cidade onde se possa ter maior qualidade de vida, ou até morar num local turístico privilegiado como, por exemplo, numa cidade litorânea.

Contudo, o e-workplace aqui no Brasil poderá demorar em começar a ser visto como diferencial no mercado. Existem paradigmas empresariais que seguem a idéia de que quanto maior for a ausência do funcionário nas dependências organizacionais, mais se cria uma imagem de não-trabalho. Melhor dizendo, a liberdade trabalhista ainda está presa nas origens culturais da própria relação laboral. Está com idade secular e não consegue se soltar frete a toda modernidade diante dos olhos dos empresários, que, por resistência não querem ver isso.

A legislação trabalhista, com caráter de proteção, conquistada pelos trabalhadores ao longo do tempo, hoje está sendo ultrapassada por novas idéias do mundo contemporâneo. Os conceitos não se aplicam totalmente nas relações atuais como se aplicavam há 50 anos.

Abrir mão de algumas conquistas ou eliminar certos paradoxos, portanto, não quer dizer na alteração do poder que a sociedade capitalista tem sobre as classes exploradas, mas sim no avanço e na descoberta de novas formas de trabalhar e conviver num mundo que a cada minuto não é mais o mesmo.

São Paulo, 31 de março de 2002.

* Pós-Graduando em Controladoria e Finanças - Mackenzie

Edição 126 - Abril de 2002.

domingo, 31 de março de 2002

PARADIGMAS E PARADOXOS DO MUNDO MODERNO

Recentemente no Brasil está se falando sobre o e-workplace , ou trabalho em casa. Porém, ele é ainda pouco usado comparando-se com os países desenvolvidos.

Essa solução procura melhorar a produtividade e a relação dos empregados com a sua vida profissional e pessoal, principalmente na área de tecnologia, ou informática.

Dessa forma, nos países de primeiro mundo já é realidade o home office, desde princípios da década de 90, quando então começou a ganhar força e se disseminar pelo mundo.

A nova maneira avalia o desempenho do profissional de acordo com a produtividade. Então, para o empregador não importa a hora que o empregado acorde, se está bem vestido, se trabalha de madrugada, o que tem validez é a entrega do seu trabalho com qualidade e dentro do prazo.

Entretanto, o e-workplace não é para todos. Para entrar nessa, o principal valor que deve existir na relação é a disciplina, além de determinação, iniciativa e planejamento, porque não há uma cobrança constante e as pessoas não se sentem pressionadas como ao ver as caras dos superiores a todo o momento.

Algumas das desvantagens podem se resumir em trabalho solitário, horário maior que o normal e a falta de contato pessoal com os colegas. Já por outro lado, o horário é mais flexível, sendo possível ficar mais perto da família, não precisa pegar o horário de rush do trânsito e até dá para usar roupas mais casuais.


São Paulo, 31 de março de 2002.

* Pós-Graduando em Controladoria e Finanças - Mackenzie

Edição 125 - Abril de 2002.

terça-feira, 19 de março de 2002

O SUFOCO DA MICROEMPRESA BRASILEIRA

Pagar imposto ou sonegar? Diariamente é fácil identificar microempresários que tem que decidir, antes de tudo, o quanto sonegar, sob a ótica de manter-se na concorrência, ou muitas vezes, apenas sobreviver diante dela.

A evasão fiscal, muito comum nos empreendimentos de pequeno porte, é defendida por diversos argumentos, entre eles, o excesso de tributos incidentes e a burocracia do comércio legalizado.

Prováveis causas desta fuga amedrontada da figura "fisco", envolvem desde as origens hereditárias da cultura mercantil, quando ainda na época do Brasil independente de Portugal, até os dias atuais, em que só a imaginação dos legisladores é o único limite para a criação de tributos.

Dados do BNDES apontam um crescimento de 12 pontos percentuais nos tributos em relação ao Produto Interno Bruto, de 1989 à 2000. Hoje a carga tributária fica em 33,2% do PIB. Em uma análise no modo cumulativo, na década de 70 os impostos representavam 13% da receita; já em 2000 eqüivaliam a 50%. Dessa forma, o faturamento, em média é declarado pela metade nas ME.

Outro argumento defensivo dos microempresários contra o Estado é a sensação de pagar impostos em vão. Segundo o que aprendemos sobre o conceito dos tributos, eles tem uma função social. Servem para custear as despesas do Estado e financiar os investimentos públicos e serviços básicos, mas na prática não funciona assim ‘redondo’.

Contudo, a carga tributária do Brasil e superada por outros 6 países (de primeiro mundo, é claro), com sonegação menor, inclusive, porque os tributos cumprem melhor sua função.

Então, atribuir a culpa para Governo nem sempre é a melhor solução. Somos regulados por inúmeras leis e algumas que são ‘imexíveis’ coordenam grande parte da destinação da receita tributária.

Falando nisso, e a reforma tributária nacional, prometida pela equipe do governo em 1998? Eu lembro que neste espaço comentei algo ainda em 99!!

O que estamos esperando? Está chegando nossa vez! Ou será que vamos esquecer estas coisas na hora da escolha, de novo? Tudo vai depender de nós.

São Paulo, 16 de março de 2002.

* Pós-Graduando em Controladoria e Finanças - Mackenzie

Edição 124 - Março de 2002.

quinta-feira, 7 de março de 2002

CONTABILIDE RADICAL: UM NOVO MÉTODO

Já são insuficientes as normas contábeis tradicionais, haja vista que não acompanham a oscilação dos ativos financeiros.

"Lucro é opinião, caixa é fato", reza um ditado econômico-financeiro. Assim seja. Nada melhor para evidenciar a realidade do ritmo em que as corporações vêm sendo submetidas no dia-a-dia.

O mais importante, no entanto, é fluxo financeiro e não propriamente o lucro em primeira instância. Nesse sentido, é possível afirmar que, então, a contabilidade tradicional está cada vez mais distante da realidade atual.

Batizada pela revista Forbes, de "Contabilidade Radical", a contabilidade com toda sua abrangência está sendo minimizada pelos efeitos de seus novos conceitos.

Um deles é o de mudar os padrões estabelecidos em relação ao custo histórico, passando a ser avaliado pelo 'valor justo'. Trata-se de um ajuste a fim de acertar o passo da contabilidade oficial à volatilidade dos mercados financeiros, que faz o valor de ativos e passivos se alterar constantemente.

Ademais, o descompasso entre os livros contábeis e a realidade já é antiga.

Na última década, as empresas estão sendo avaliadas por seus compradores, analistas ou investidores, pela sua capacidade de mensurar a geração de caixa um relação ao investimento. Em outras palavras, é o retorno líquido, ou rentabilidade sobre o ativo.

Para tanto, está previsto no projeto de mudança da Lei das S.A. a introdução de um demonstrativo financeiro que pode medir o fluxo de caixa. Além deste, a Demonstração do Valor Adicionado evidenciará a geração de valor como foco central de ações estratégicas e operacionais, tendo a geração de caixa como parâmetro de desempenho.

Então, quem hoje se interessa por indicadores como a teoria de Valor Econômico Agregado ou o Retorno sobre o Ativo pode identificar por exemplo a apresentação de lucros contábeis ilusórios, não refletindo assim, o custo do capital.

A proposta do radicalismo na atividade contábil e nos seus ramos consiste, portanto, em manter atualização frente a métodos, ou modelos internacionais de visão e controle, embora sejamos ainda amparados por uma legislação de mais de 25 anos.

São Paulo, 12 de Fevereiro de 2002.

* Pós-Graduando em Controladoria e Finanças - Mackenzie

Edição 123 - Março de 2002.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2002

ÁGUA É VIDA

por Leonardo Mateus Bonafin**

No nosso dia a dia, temos a água que é um bem natural tanto necessário quanto indispensável.

Chega até nossas casas e após seu uso é eliminada em forma de esgoto, que se não tratado corretamente pode causar diversos prejuízos à saúde humana transmitindo varias doenças

Pode poluir rios e fontes causando perdas irreparáveis a vida animal e vegetal, devido a existência em excesso de nitrogênio e fósforo.

Também pode penetrar no solo afetando os lençóis freáticos e assim prejudicando a sua renovação e futura disponibilidade.

Mas como todos sabemos, os esgotos são um meio muito perigoso de transmissão de doenças.

Os órgãos de saneamento básico deveriam cuidar melhor dos esgotos canalizando todos direto para uma estação de tratamento e assim para a sua disposição final, eliminando toxinas por longos processos de purificação.

Envolvendo o mesmo assunto, o Rio dos Queimados também é visto como um dos rios mais poluídos da região.

As pessoas não poderiam jogar tudo o que elas acham lixo no rio. O órgão responsável pelo tratamento e pela canalização teria que trabalhar com o objetivo de despoluir esta água e investir para todas as casas ter rede de esgoto, provendo assim bons índices de saúde publica e recuperação ambiental.

Para isso não ocorrer deveria haver a colaboração de todas as partes. Evitar a contaminação, tratando esgotos domésticos e agroindustriais, seria mais fácil.

** Colaboração, Estudante de Ensino Médio.

Edição 122 - Fevereiro de 2002.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2002

REFLEXÕES SOBRE A CONTABILIDADE INFORMATIZADA

Os domínios da contabilidade privada, cada dia mais, vêm sofrendo positivas influências do expressivo progresso da informática globalizada.

A forma tradicional de processar as tarefas contábeis tem sido alvo de profundas mudanças, ao ponto de ser repensado seriamente sobre os destinos da profissão e seus ramos.

É tolice, no âmbito da profissão, querer negar os benefícios dispostos por sistemas de informação, principalmente em forma de redes, cuja tendência se direciona, inquestionavelmente, cada vez mais para a redução da participação direta do contador.

A máquina, com a finalidade de agilizar estes ofícios, além de ser o "braço direito" do profissional, faz com que ele dê maior prioridade para as atividades de consultoria na tomada de decisões de seus clientes.

Ninguém nega que a contabilidade coleta, disciplina e apresenta dados, mas esta é apenas uma função específica no campo tecnológico, para permitir a realização de tarefas de maior utilidade.

Dessa maneira, passa-se a refletir, ao invés de só se registrar e relatar. Essa atitude é que caracteriza a elevação do conhecimento humano. Não existe conflito entre o uso da informação e a ciência contábil, muito pelo contrário, a informática é uma das maiores conquistas da contabilidade, tanto no processamento de dados, quanto no estudo dos eventos que geram as informações. No entanto, no campo de apoio à reflexão, o uso do computador é de rara utilidade.

Entretanto, a quantidade de dados, simulações, estatísticas e cálculos instantâneos e simultâneos que a informática permite é que faz hoje da doutrina contábil um trabalho facilitado e nos possibilita incursões no campo do conhecimento.

A informática trouxe-nos a evolução, como instrumento, mas pouco se realizará se as percepções humanas se limitarem apenas à informação e desejarem entender contabilidade tão somente como uma disciplina de dados e informes. Portanto, desejar limitar o Contador a um informante é renunciar a grandeza da profissão.


São Paulo, 04 de fevereiro de 2002.

* Pós-Graduando em Controladoria e Finanças - Mackenzie

Edição 121 - Fevereiro de 2002.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2002

PROVIDÊNCIA SOCIAL

A previdência hoje é considerada uma fonte de instabilidade das finanças públicas, sendo uma das maiores barreiras para a retomada do crescimento econômico.

O desemprego, que se encontra em patamar que, por vezes, se assemelha ao dos anos 30, faz com que a conjuntura se assemelhe a época da guerra mundial.

No momento pós guerra, os governantes com o apoio de todos os partidos promoveram medidas de cunho universal, garantindo a transferência de recursos monetários para os mais desprotegidos, como os idosos, inválidos e desempregados.

Essas práticas consolidadas de cunho exclusivamente político, associadas às de emprego, resultou na retomada do crescimento. A renda em crescimento estimulou o consumo e os investimentos em patamares mais elevados e estáveis. O círculo vicioso dos anos 30 foi rompido e o desempenho da economia nunca havia sido tão brilhante.

Já a partir do final da década de 90, o ideário dominante passou a privilegiar o corte de gastos com benefícios, reduções nas contribuições e critérios de acesso mais seletivo.

Além disso, passou a ser defendida a transferência da responsabilidade do setor público para a iniciativa privada, visando tornar a gestão mais eficiente e menos onerosa. A idéia central desta manobra nada mais foi do que a de tentar alavancar a economia, equilibrando as contas públicas e aumentando a competitividade.

Ao contrário do que se esperava, as despesas com benefícios se elevaram, e a gestão estatal, apesar dos problemas, acabou se revelando menos onerosa que a privada.

Assim, o valor dos benefícios atingiu patamares insuficientes diante dos padrões internacionais. O aposentado acabou sendo a vítima de um sistema mal concebido. E além do mais, os efeitos econômicos esperados não ocorreram.

A situação, portanto, teve sua origem num passado remoto em atos executivos mal planejados a longo prazo, agravando-se no final do século XX. Com os benefícios reduzidos, prejudica-se o crescimento, pois os inativos são estimulados a disputar vagas no mercado de trabalho.

O dinamismo da economia brasileira ficou comprometido, tendo em vista a minimização de adesões de novos segurados, frente as ineficazes medidas adotadas.

Pensar em outras "providências" que permitam uma efetiva redistribuição de renda para os mais necessitados é o mínimo que poderia ser feito de modo alternativo por parte da massa governante. E nós, como cidadãos temos o dever de nos manifestar contra as atitudes inpensadas dos legisladores.

São Paulo, 25 de dezembro de 2001.

Edição 119 - Janeiro de 2002.