domingo, 31 de março de 2002

PARADIGMAS E PARADOXOS DO MUNDO MODERNO

Recentemente no Brasil está se falando sobre o e-workplace , ou trabalho em casa. Porém, ele é ainda pouco usado comparando-se com os países desenvolvidos.

Essa solução procura melhorar a produtividade e a relação dos empregados com a sua vida profissional e pessoal, principalmente na área de tecnologia, ou informática.

Dessa forma, nos países de primeiro mundo já é realidade o home office, desde princípios da década de 90, quando então começou a ganhar força e se disseminar pelo mundo.

A nova maneira avalia o desempenho do profissional de acordo com a produtividade. Então, para o empregador não importa a hora que o empregado acorde, se está bem vestido, se trabalha de madrugada, o que tem validez é a entrega do seu trabalho com qualidade e dentro do prazo.

Entretanto, o e-workplace não é para todos. Para entrar nessa, o principal valor que deve existir na relação é a disciplina, além de determinação, iniciativa e planejamento, porque não há uma cobrança constante e as pessoas não se sentem pressionadas como ao ver as caras dos superiores a todo o momento.

Algumas das desvantagens podem se resumir em trabalho solitário, horário maior que o normal e a falta de contato pessoal com os colegas. Já por outro lado, o horário é mais flexível, sendo possível ficar mais perto da família, não precisa pegar o horário de rush do trânsito e até dá para usar roupas mais casuais.


São Paulo, 31 de março de 2002.

* Pós-Graduando em Controladoria e Finanças - Mackenzie

Edição 125 - Abril de 2002.

terça-feira, 19 de março de 2002

O SUFOCO DA MICROEMPRESA BRASILEIRA

Pagar imposto ou sonegar? Diariamente é fácil identificar microempresários que tem que decidir, antes de tudo, o quanto sonegar, sob a ótica de manter-se na concorrência, ou muitas vezes, apenas sobreviver diante dela.

A evasão fiscal, muito comum nos empreendimentos de pequeno porte, é defendida por diversos argumentos, entre eles, o excesso de tributos incidentes e a burocracia do comércio legalizado.

Prováveis causas desta fuga amedrontada da figura "fisco", envolvem desde as origens hereditárias da cultura mercantil, quando ainda na época do Brasil independente de Portugal, até os dias atuais, em que só a imaginação dos legisladores é o único limite para a criação de tributos.

Dados do BNDES apontam um crescimento de 12 pontos percentuais nos tributos em relação ao Produto Interno Bruto, de 1989 à 2000. Hoje a carga tributária fica em 33,2% do PIB. Em uma análise no modo cumulativo, na década de 70 os impostos representavam 13% da receita; já em 2000 eqüivaliam a 50%. Dessa forma, o faturamento, em média é declarado pela metade nas ME.

Outro argumento defensivo dos microempresários contra o Estado é a sensação de pagar impostos em vão. Segundo o que aprendemos sobre o conceito dos tributos, eles tem uma função social. Servem para custear as despesas do Estado e financiar os investimentos públicos e serviços básicos, mas na prática não funciona assim ‘redondo’.

Contudo, a carga tributária do Brasil e superada por outros 6 países (de primeiro mundo, é claro), com sonegação menor, inclusive, porque os tributos cumprem melhor sua função.

Então, atribuir a culpa para Governo nem sempre é a melhor solução. Somos regulados por inúmeras leis e algumas que são ‘imexíveis’ coordenam grande parte da destinação da receita tributária.

Falando nisso, e a reforma tributária nacional, prometida pela equipe do governo em 1998? Eu lembro que neste espaço comentei algo ainda em 99!!

O que estamos esperando? Está chegando nossa vez! Ou será que vamos esquecer estas coisas na hora da escolha, de novo? Tudo vai depender de nós.

São Paulo, 16 de março de 2002.

* Pós-Graduando em Controladoria e Finanças - Mackenzie

Edição 124 - Março de 2002.

quinta-feira, 7 de março de 2002

CONTABILIDE RADICAL: UM NOVO MÉTODO

Já são insuficientes as normas contábeis tradicionais, haja vista que não acompanham a oscilação dos ativos financeiros.

"Lucro é opinião, caixa é fato", reza um ditado econômico-financeiro. Assim seja. Nada melhor para evidenciar a realidade do ritmo em que as corporações vêm sendo submetidas no dia-a-dia.

O mais importante, no entanto, é fluxo financeiro e não propriamente o lucro em primeira instância. Nesse sentido, é possível afirmar que, então, a contabilidade tradicional está cada vez mais distante da realidade atual.

Batizada pela revista Forbes, de "Contabilidade Radical", a contabilidade com toda sua abrangência está sendo minimizada pelos efeitos de seus novos conceitos.

Um deles é o de mudar os padrões estabelecidos em relação ao custo histórico, passando a ser avaliado pelo 'valor justo'. Trata-se de um ajuste a fim de acertar o passo da contabilidade oficial à volatilidade dos mercados financeiros, que faz o valor de ativos e passivos se alterar constantemente.

Ademais, o descompasso entre os livros contábeis e a realidade já é antiga.

Na última década, as empresas estão sendo avaliadas por seus compradores, analistas ou investidores, pela sua capacidade de mensurar a geração de caixa um relação ao investimento. Em outras palavras, é o retorno líquido, ou rentabilidade sobre o ativo.

Para tanto, está previsto no projeto de mudança da Lei das S.A. a introdução de um demonstrativo financeiro que pode medir o fluxo de caixa. Além deste, a Demonstração do Valor Adicionado evidenciará a geração de valor como foco central de ações estratégicas e operacionais, tendo a geração de caixa como parâmetro de desempenho.

Então, quem hoje se interessa por indicadores como a teoria de Valor Econômico Agregado ou o Retorno sobre o Ativo pode identificar por exemplo a apresentação de lucros contábeis ilusórios, não refletindo assim, o custo do capital.

A proposta do radicalismo na atividade contábil e nos seus ramos consiste, portanto, em manter atualização frente a métodos, ou modelos internacionais de visão e controle, embora sejamos ainda amparados por uma legislação de mais de 25 anos.

São Paulo, 12 de Fevereiro de 2002.

* Pós-Graduando em Controladoria e Finanças - Mackenzie

Edição 123 - Março de 2002.