segunda-feira, 4 de janeiro de 1999

O BERÇO DA ILICITUDE

Se não fosse a intervenção do estado, o crime ilegal se transformaria numa grande indústria lucrativa.

Foi nos bairros pobres de Nova Iorque que surgiram homens que ganhavam fortunas com contrabandos, jogos, armas e outros negócios ilegais no século XVIII. Lá se revelam as histórias mais cruéis dos gângsteres, ou homens do crime.

Os melhores, agiam como autênticos homens de negócio, porém detinham em consciência os mais ágeis planos criminosos para obter ganâncias. Inclusive tinham influência no submundo, além de circular na alta sociedade.

Com a Lei Seca introduzida nos EUA em 1920, proibindo o consumo de bebidas alcoólicas, os gângsteres se fortaleceram, pois com isso incrementaram seus contrabandos. Saciaram a sede da América com bebidas falsificadas de péssima qualidade, fabricadas em destilarias clandestinas. Se não fosse a intervenção da polícia e do governo, o crime organizado se transformaria numa grande indústria lucrativa semelhante a do aço. Mas mesmo assim, conseguiram reunir fortunas com seus cartéis liderando um império de crimes.

Da máfia recente deste século são apontados Arnold Rothstein, Meyer Lansky - rei dos cassinos ilegais -, Bugsy Siegel, Lucky Luciano, Duth Schultz e Al Capone. Este último tem sua história muito curiosa.

Começou tudo com apenas 20 dólares e acabou chefe de uma rede de crimes que movimentava mais de US$ 100 milhões de dólares por ano, aos 24 anos. Foi acusado por cerca de 500 assassinos, porém ninguém conseguiu provar seus crimes. Após ter sonegado US$ 215 milhões em impostos e cumprir 8 de 12 anos de prisão, - por bom comportamento - Capone foi finalmente derrotado na sua mansão em Miami, por 600 policiais.

Apesar das fortunas conseguidas ilegalmente, através de subornos, práticas ilegais de jogos e contrabandos, as figuras mais notórias tiveram um triste fim. Capone nos últimos meses, estava tomado pela sífilis e problemas mentais; Rothstein pela loucura.

Contudo, marcaram a história. Um grupo de pessoas que se destacou dentro de uma realidade passageira. Com a abolição da Lei Seca, findaram-se os grandes movimentos financeiros obtidos ilicitamente.

Em pleno século XXI, com certeza os vilões não são mais os gângsteres, piratas medievais ou bandidos do velho oeste. Minha concepção aponta como maiores ladrões ou depredadores do nosso país... os "homens da lei", isso mesmo, "eles" !!

Edição 051 - Janeiro de 1999.