quarta-feira, 13 de agosto de 1997

O "ÚLTIMO REBELDE"

(Homenagem à Raul Seixas)

Raul Santos Seixas, o Raulzito, nasceu em Salvador, Bahia, em 28 de junho de 1945. O garoto Raulzito era caseiro e divertia-se em ler livros, além, é claro, de criar seus próprios enredos mirabolantes através do seu matabolismo intelectual, pois já o que ele queria mesmo era ser escritor.

Na escola era um fracasso (repetiu 5 vezes a 2.ª série ginasial). Isso já demonstrava um comportamento diferente daquele menino que gostava de ouvir Elvis Presley, Little Richard e outros pais do rock. Tudo o que Raul aprendeu foi em livros, em casa ou na rua, pois a escola não dizia o que ele queria saber.


Em 1957, influenciado pelo rock'n'roll norte americano, Raul moldou sua personalidade, tornando-se irônico, rebelde, exuberante, inquieto, individualista e aos extremos, inspirado pelo comportamento transgressor dos primeiros roqueiros. Em 1963 fundou seu primeiro grupo: "Os Ralâmpagos do Rock", que posteriormente, mudou para "The Panters", e daí a música se misturou ao estilo de vida. Usava em suas composições um humor embaraçado por um rock meio selvagem que mesclava ritmos brasileiros, como rock, xaxado, canção barroca, xote, bolero, cha-cha-cha e baião.

Raul construiu uma carreira sólida e atingiu fama ao lançar o sarcástico "Ouro de Tolo" em 1973 e ganhar o primeiro disco de ouro em 1974, com "Gîta".

Gravou 19 LPs. O primeiro "Raulzito e os Panteras", em 1968, e o último, lançado em 19 de agosto de 1989, entitulado "A Panela do Diabo", em parceria com Marcelo Nova, ex-integrante da banda Camisa de Vênus, na época.

Dentre aproximadamente 190 gravações, destacam-se os maiores sucessos e mais conhecidos, como "Metamorfose Ambulante", "Rock das Aranha", "Trem das Sete", "Medo da Chuva", "Al Capone", "Sociedade Alternativa", entre outros.

Raul Seixas morreu em 21 de agosto de 1989, de pancreatite crônica, num hotel onde morava, em São Paulo. Seu corpo partiu para nuca mais. Morreu o homem, nasceu o mito; este é imortal. O próprio Raul dizia: "o caminho da vida é a morte".

Após 8 anos de sua morte, a história do "Maluco Beleza" permanece entre os que admiram esta personalidade notória que definiu o rock brasileiro, e está mais presente do que nunca entre seus fãs.

"E fim de papo!"

Edição 031 - Agosto de 1997.