sexta-feira, 17 de setembro de 1999

A IMPORTÂNCIA DA MICROEMPRESA CATARINENSE

A economia estrutura-se nas pequenas empresas, que representam 90% no estado. A falta de reconhecimento compromete o sistema de desenvolvimento e a geração de emprego esperados.

Em 1984, o ato político de maior importância para o país, foi a aprovação do Estatuto da Microempresa. A esfera estadual e municipal ganhou prerrogativas com a lei complementar que lhes delegou a competência de definir os critérios de enquadramento, de acordo com os moldes econômicos regionais ou locais.

A Lei trouxe muitos benefícios, mas além disso percebe-se a existência de dificuldades em gerir corretamente o negócio. A falta de profissionalismo e informação do empresário compromete os rumos da pequena empresa; a concorrência acentuada devido a diminuição de empregos nas grandes indústrias fez surgir um número elevado de microempresas de nível abaixo do requerido.

O perfil do empreendedor catarinense revela que os donos do próprio negócio são na maioria homens entre 30 a 40 anos. A escolaridade, em mais da metade dos casos, não ultrapassa do 2.º grau completo, enquanto que somente cerca de 9% são formados em curso superior.

Embora tendo o privilégio da isenção de certas incidências tributárias, as ME enfrentam uma alta carga de impostos, além de enfrentar as burocracias exigidas pelas instituições na obtenção de créditos. Outro fator de deficiência é o excesso de formalidades para constituir e baixar seus registros comerciais.

A estratégia que beneficiaria a sociedade como um todo é o investimento constante na formação do empresário, para ter conhecimentos básicos ou específicos, e informações sobre as modernidades. Dentre outras, uma alternativa pouco provável de concretização, é a promoção de ações que reformulem e flexibilizem a legislação trabalhista.

Os trabalhadores tem que ficar cientes de uma nova situação de emprego, favorecendo a parceria com a empresa. A nova ideologia passaria da relação do vínculo empregatício para a filosofia de que as ações do trabalho do 'empregado' resultariam no sucesso da empresa, e este seria seu próprio sucesso.

É preciso levar mais a sério a função das ME na sociedade, a própria beneficiada, não esperando ações governamentais, o mínimo desejável, a fim de ser aprovado pela população os pequenos projetos de investimento que garantirão a continuidade destas instituições. Dessa forma, quem passou pelos variados ajustes, alvos de inovações políticas, tem o talento reconhecido. Diante do cenário tecnologicamente moderno e dos abalos econômicos, as microempresas continuam suportando a pressão. A resistência pela modernidade predestinará as empresas ao insucesso. Então, pouco adianta lançar-se no mercado com sonhos utópicos de empreendedorismo.

As deficiências desse setor relevante no panorama econômico induzem as ME, de modo comum, à evasão fiscal. Mesmo depois de 15 anos, ainda é preciso adaptar a legislação ou os processos administrativos, para que e dirigente faça valer seu potencial, banindo a sonegação claramente notada, contudo, impune.



Edição 067 - Setembro de 1999.

domingo, 5 de setembro de 1999

ALÉM DO PROFISSIONALISMO

A relação estudo-profissão atualmente é intermediada pela Universidade. Em primeiro plano, serve como referencial de uma boa formação. E, depois,, vista como o principal agente responsável - aliada à economia - por inserir profissionais não bem preparados para o mercado de trabalho.

Dessa forma, a função da universidade é preocupar-se com a ampla formação do ser humano. Antes de constituir legalmente o "Contador", ela deve desenvolvê-lo para que entenda a contabilidade e suas relações sociais.

A profissão nada mais é do que um aspecto conseqüente. Temos várias delas, porém, existe a escassez de pessoas para exercê-las a fundo. Assim é mais importante a formação do ser humano como pessoa que interpreta as leis e faça justiça, do que simplesmente existirem "Advogados". A profissão ajuda a completar o homem e é, por isso mesmo que é necessária. Contudo, esses conceitos não se confundem. Mais estranho seria, se nos compararmos aos que freqüentaram os bancos universitários há décadas passados. Daquela época até hoje, houve uma progressiva melhoria, todavia, não chegou ao ponto de nos limitarmos a aceitar os benefícios que dispomos.

O comportamento ético a ser exigido ainda precisa ser mais trabalhado pelas instituições, e devem investir a fim de disponibilizar mudanças e benefícios que sejam capazes de neutralizar o profissionalismo auto-suficiente. Isso nada mais é do que um compromisso educacional que deve ser de vez assumido.

O conhecimento nunca foi tão valorizado quanto nessa década. Até ganhou um novo conceito, capital intelectual, devido ao seu valor ser superior à soma dos bens materiais, e considerado imensurável. Exercendo a profissão com ética e moral, atendendo aos fins sociais requeridos, estamos ajudando com o processo de melhoria desse modelo.



Edição 066 - Setembro de 1999.