domingo, 4 de junho de 2000

O PERÍODO CRÍTICO DA AGRICULTURA FAMILIAR

O estímulo à agricultura têm sido nos últimos anos vergonhoso. Mesmo concedendo reduções de impostos na atividade agrícola, o governo, lamentavelmente, não está sabendo administra-la de forma correta.

Tentar recuperar este segmento da economia nacional que vinha crescendo razoável, é trabalhoso. A agricultura demanda um acompanhamento a longo prazo para notar as suas variações.

O que ela precisa, não á de leis que alteram impostos, mas de recursos financeiros. O financiamento das safras permitem mais investimentos, resultando em colheitas maiores. Mas a realidade é que os recursos (que são nossos) não estão sendo colocados à disposição para os bancos concederem empréstimos.

O país importa grãos que a economia inteira tem perfeitas condições para produzir. O clima favorece e existem muitas áreas não ocupadas ainda, em poder de grandes proprietários, à espera da sempre falada reforma agrária.

No passado, além de recursos disponíveis, havia inclusive, o subsídio, que incentivava esta atividade a crescer.

O desinteresse pelo governo em beneficiar o setor primário, hoje vêm se revelando pelos êxodos rurais, que batem recordes, e pela miséria em alguns estados mais ‘esquecidos’. Isso tudo, tem causado pela falta de autoridade na destinação de verbas, ou seja, pouca reciprocidade. Aqueles impostos arrecadados na exploração agrícola, não são repassados para se reinvestir nela.

Infelizmente a população urbana tende a aumentar em virtude da descapitalização da propriedade rural, exaustão de recursos naturais e altos custos de produção, não financiáveis. Famílias migram para a cidade passando necessidades e se arriscando na busca de uma melhor vida.

A capacidade de produção agrícola está ficando enfraquecida, incapaz de gerar renda e empregos. Será cada vez mais árduo estabelecer um padrão de vida aceitável. Esta situação poderá se agravar, caso as questões atuais se projetarem para o futuro.


Edição 084 - Junho de 2000.