quinta-feira, 7 de março de 2002

CONTABILIDE RADICAL: UM NOVO MÉTODO

Já são insuficientes as normas contábeis tradicionais, haja vista que não acompanham a oscilação dos ativos financeiros.

"Lucro é opinião, caixa é fato", reza um ditado econômico-financeiro. Assim seja. Nada melhor para evidenciar a realidade do ritmo em que as corporações vêm sendo submetidas no dia-a-dia.

O mais importante, no entanto, é fluxo financeiro e não propriamente o lucro em primeira instância. Nesse sentido, é possível afirmar que, então, a contabilidade tradicional está cada vez mais distante da realidade atual.

Batizada pela revista Forbes, de "Contabilidade Radical", a contabilidade com toda sua abrangência está sendo minimizada pelos efeitos de seus novos conceitos.

Um deles é o de mudar os padrões estabelecidos em relação ao custo histórico, passando a ser avaliado pelo 'valor justo'. Trata-se de um ajuste a fim de acertar o passo da contabilidade oficial à volatilidade dos mercados financeiros, que faz o valor de ativos e passivos se alterar constantemente.

Ademais, o descompasso entre os livros contábeis e a realidade já é antiga.

Na última década, as empresas estão sendo avaliadas por seus compradores, analistas ou investidores, pela sua capacidade de mensurar a geração de caixa um relação ao investimento. Em outras palavras, é o retorno líquido, ou rentabilidade sobre o ativo.

Para tanto, está previsto no projeto de mudança da Lei das S.A. a introdução de um demonstrativo financeiro que pode medir o fluxo de caixa. Além deste, a Demonstração do Valor Adicionado evidenciará a geração de valor como foco central de ações estratégicas e operacionais, tendo a geração de caixa como parâmetro de desempenho.

Então, quem hoje se interessa por indicadores como a teoria de Valor Econômico Agregado ou o Retorno sobre o Ativo pode identificar por exemplo a apresentação de lucros contábeis ilusórios, não refletindo assim, o custo do capital.

A proposta do radicalismo na atividade contábil e nos seus ramos consiste, portanto, em manter atualização frente a métodos, ou modelos internacionais de visão e controle, embora sejamos ainda amparados por uma legislação de mais de 25 anos.

São Paulo, 12 de Fevereiro de 2002.

* Pós-Graduando em Controladoria e Finanças - Mackenzie

Edição 123 - Março de 2002.

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