sábado, 3 de outubro de 1998

ANARKMANN

A humanidade se encontra dividida: os que buscam o poder, os que pretendem destruí-lo e os que esperam por 'alguém' mudar.

Até pouco tempo, foi a "inesquecível" Copa do Mundo que ocupou a mente de muitos brasileiros. Agora, o auge das atenções é desviado pelas eleições.

A promessa é o instrumento que sempre conquista muitos indecisos, ganhando relevância nos últimos dias. Para aqueles que usam a persuasão para reeleger-se, agora torna-se mais oportuno devido ao novo ordenamento jurídico.

Os políticos eleitos usufruem de prerrogativas que nenhum cidadão brasileiro normal possui. E, indesejavelmente, é uma considerável parte da população que paga a conta.

Nesse sistema, cuja tendência é prolongar-se ao longo dos anos, é curioso saber a ideologia de um grupo de pessoas que, em décadas passadas, discordavam do sistema de governo de diversos países, com o objetivo de viver em plena liberdade e total poder.

Com profundos conhecimentos filosóficos, sociais, e instinto de revolta, é que surgiram os anarquistas.

No livro "Os Libertários" de Edgar Rodrigues, é mostrado evidentemente a aspiração:

"Cada dia que passa o homem encurta as distâncias e conquista novos espaços com a ajuda da ciência e da tecnologia. Os governantes modernizaram-se, o Estado fortalece sua base e a humanidade continua infeliz. Pra alcançar tal estágio, o homem poluiu e destruiu a natureza. Estimulou superioridade, patriotismo, criou situações conflitantes. E, no entanto, o homem possui conhecimentos, recursos técnicos e científicos para realizar a felicidade de todos e de cada um. Bastaria implantar uma Educação Nova, racionalista, que toma o elemento humano como a coisa mais importante a preservar, livres de ambições, vaidades, e sem distinções. Promovida a valorização do indivíduo, verá despontar o bem e a solidariedade. Isto é ANARQUISMO, uma alternativa para conseguir os fundamentos sociais. O anarquismo não promete milagres, pois o homem carrega em seu inconsciente coletivo temores psíquicos através dos séculos. Nem o Anarquista imagina fabricar uma novo homem, despojado de tudo o que possa gerar conflitos. Pretende, porém, estruturar um sistema de convivência que não produza os germes da discórdia."

Além dos Anarquistas, ao longo das centenas de anos, milhares de pessoas foram condenadas até com a própria vida, por palavras que disseram ou escreveram em desacordo com os padrões sociais ou culturais vigentes em sua época.

Uma análise é digna antes de escolher os representantes. Não podemos esperar mais politicagem do que existe.

A conjuntura econômica está evidenciando a realidade inesperada, o com isso podemos prever o futuro. É preciso agir no presente, o reflexo vem depois.

Tomara que nossa escolha seja benéfica!

Edição 045 - Outubro de 1998.

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