sábado, 20 de julho de 2002

INTERNET NOSSA DE CADA DIA

Qual é o futuro da web? Ninguém sabe ao certo. A Internet2 é apenas um dos prováveis caminhos entre outras tendências. Promissora no Brasil a rede pública robusta e veloz, com tecnologia de ponta, já é realidade nos EUA.

Para se ter uma idéia, chega a suportar aplicativos de vídeoconferência e aprendizado à distância em real time. Os usuários mais comuns atualmente são as instituições de ensino e as de pesquisa, que desenvolvem o mega projeto, na forma de um consórcio formado por mais de 180 universidades norte-americanas.

O objetivo principal é elevar a rede para outro nível. A Cisco e a IBM estão atuando como colaboradoras nas pesquisas através da doação de suas conceituadas tecnologias.

A Internet2 poderá ficar cerca de 800 vezes mais veloz das atuais conexões tradicionais domésticas com um modem de 56Kbps, comum hoje. O segredo é a velocidade atingida com a fibra de alta performance, via cabo submarino entre o Brasil e os EUA, ou seja, a qualidade como um todo, sem gargalos de link’s lentos em locais com disparidade de tecnologias físicas.

O detalhe mais chamativo da nova tecnologia será a videoconferência, tendo na área corporativa um largo campo de utilidade, não só pela economia de tempo e dinheiro, mas pela simples possibilidade de plugar todos os escritórios ou filiais ao mesmo tempo.

Não há como negar ou ignorar a importância da tecnologia como fator de evolução nos negócios em empresas de qualquer porte.

Quando tecnologia da banda larga se difundir em maior escala no Brasil, o que pode demorar mais uns três anos ainda, poderemos desfrutar das maravilhas que as telecomunicações nos trazem, embora atrase sua chegada.

No entanto, uma dúvida nasce: como será a difusão de tanta tecnologia num país subdesenvolvido como o nosso em que a maioria da população não tem condições de ter um computador em casa? O nível de educação é muito baixo ainda. O analfabetismo precisa ser erradicado dos grandes centros urbanos.

Embora os benefícios reais ainda estejam distantes, é importante lembrar que comparando-se com os dias de hoje, será dado um grande salto.

Podemos alimentar nossa esperança em termos uma internet veloz num futuro próximo, até 2005, quem sabe, como projeção de uso corporativo no mínimo, a um custo acessível.

O que será realidade, ainda é um bonito sonho em nossas cabeças neste momento!

São Paulo, 18 de julho de 2002.

* Pós-Graduando em Controladoria e Finanças - Mackenzie

Edição Imparcial 132

quarta-feira, 10 de julho de 2002

A POLÍTICA MACROECONÔMICA DO BRASIL

O trabalho do governo consiste geralmente na busca do equilíbrio econômico, com a equalização de quatro políticas básicas, objetivando tornar maior o hiato com possíveis colapsos ou crises monetárias. Isso se dá através de ações sintonizadas que, analisadas em conjunto, refletem na política macroeconômica.

A Política Monetária tem como objetivo controlar os meios de pagamentos (estoques monetários de moeda em circulação em poder do público). Incluem-se nesta, as regras relativas ao crédito de curto prazo para investimentos, poupança e consumo doméstico. Entra aqui também, como exemplo, o novo Sistema Brasileiro de Pagamentos, como operação de mercado aberto entre instituições financeiras responsáveis pelo fluxo de moeda interno.

A Política Fiscal regula os recursos arrecadados com a tributação e administra os investimentos e gastos públicos do governo e das autoridades monetárias, incluindo as transferências de fundos para estados e municípios.

A Política Cambial é aquela que rege as trocas internacionais através do mercado de câmbio, seja por importações e exportações (trocas reais), ou pelos fluxos de capitais (trocas monetárias). Esta última, a partir dos anos 90, tem superado em dez vezes as trocas reais. Nesta política individual, entra o papel do FMI - Fundo Monetário Internacional - como zelador do Balanço de Pagamentos (resultado global da economia de um país) à estabilidade monetária a nível mundial. A Política Cambial faz incursão ao comércio exterior (relações internacionais) e à administração das reservas junto ao FMI.

E por último existe a Política de Rendas, cuja finalidade é tratar das remunerações do setor público. É afetada diretamente pelas conseqüências das alterações das políticas monetária, cambial e fiscal. A execução desta política está mais voltada para o aspecto social e cultural. Pode-se tomar como esboço a preocupação com a educação, redução da desigualdade social, criminalidade e violência, geração de empregos.

No mês passado, quem acompanhou o noticiário das oscilações do câmbio (desvalorização da moeda brasileira em relação do dólar americano) pôde vislumbrar a competência e agilidade da equipe econômica para conter a turbulência do mercado financeiro.

Algumas medidas adotadas em meados de junho, como a aceitação da sugestão do FMI em reduzir as reservas monetárias internacionais do Brasil em US$ 5 bilhões (isso equivale a quase 25% do montante total); a recompra dos títulos da dívida externa pelo governo com a utilização das reservas, na ordem de US$ 3 bilhões; o saque de US$ 10 bilhões em DES (Depósitos Especiais de Saque - moeda oficial do FMI, cujo montante é formado pela soma das participações dos países membros); e a redução de US$ 5,3 bilhões no orçamento pelas perdas com a re-aprovação da CPMF, voltou a reforçar a confiança dos investidores estrangeiros em relação às perspectivas da economia brasileira, reduzindo assim, o chamado risco Brasil.

Esse pacote de medidas emergenciais, foi uma das alternativas que o governo utilizou, na área cambial, para manter o equilíbrio macroeconômico. Diga-se que foi uma maneira mais rápida para acalmar o mercado financeiro, turbulento pelas expectativas em relação as possíveis mudanças que estão por vir com a eleição do novo sucessor presidencial.

Até que ponto isso foi bom, não se sabe. Somente o futuro nos dirá se estamos no caminho de uma economia expansionista. Até porque, o próximo presidente, no mínimo, deverá honrar com os compromissos ora assumidos para que a economia continue estável e garante níveis satisfatórios de desenvolvimento, além de adotar medidas mais rígidas para que o ritmo de crescimento seja constante.

Em países emergentes, a manutenção de uma política macroeconômica sempre deverá estar voltada para um contínuo desenvolvimento, o que sempre acarreta na tomada de decisões eficazes a tempo, no entanto, geralmente vinculadas aos interesses do FMI e de órgãos monetários internacionais, que controlam as economias em ascensão.

São Paulo, 16 de junho de 2002.

* Pós-Graduando em Controladoria e Finanças - Mackenzie

Edição Imparcial 131