terça-feira, 20 de agosto de 2002

ECONOMICAMENTE FALANDO

Fazer uma política de alavancagem econômica, ou apenas manter o ritmo de crescimento, será, indubitavelmente, tarefa para um super Governo!

Como ele controla os mercados para evitar a anarquia, isso poderá ser feito através do seu poder controlador, garantindo a propriedade privada, o respeito aos contratos e a livre concorrência.

Além desses poderes supremos, a atuação no comércio e fluxo de capitais se faz necessário para evitar crises monetárias e pressões por especuladores internacionais na moeda brasileira, gerando desvalorizações, ou seja, o aumento da inflação.

Políticas de crédito voltadas ao estímulo às exportações, mesmo correndo riscos da atividade cambial, são necessárias implementar para uma melhor performance econômica do país.

No entanto, o crescimento poderá ser comprometido com crises que emergem no mercado financeiro e no de capitais. O crédito todo concentrado no Banco de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDS - faz direcionar mais as transações entre governo e o banco, onde os bancos negociam títulos públicos.

Uma tentativa da manutenção da economia em crescimento, ou em crescimento acelerado, tem relação com a política cambial, em que se consideram as importações e exportações como contas de maior relevância no mercado externo.

A valorização dessa política, levará o país de volta ao caminho do crescimento diante do cenário econômico internacional, e a imagem do país do futebol, será finalmente restaurada.

São Paulo, 20 de Agosto de 2002.

* Pós-Graduando em Controladoria e Finanças - Mackenzie

Edição Imparcial 134

sábado, 10 de agosto de 2002

UMA SÁBIA OPINIÃO

Matéria baseada na palestra com o Ex-Ministro da Fazenda, Deputado e Professor Antonio Delfim Neto, em 09/04/02, sobre a atual situação econômica do Brasil.

A situação atual do Brasil é decorrente do sucesso na implementação do plano de estabilização há quase uma década.

Hoje o Produto Interno Bruto – PIB (a soma dos bens e serviços produzidos) apresenta um crescimento baixo da ordem de 2,4% ao ano. Como a população cresceu a taxa de 1,6%, a taxa real de aumento no PIB foi de 0,8%.

A situação exposta, aliada à dívida externa e os passivos líquidos (dívida interna), faz baixar o nível de credibilidade do país diante dos investidores. Esse é o ponto delicado de uma economia. Daí é que se origina o cálculo do Risco Brasil.

Como não bastasse, com essa credibilidade afetada e para manter o êxito da estabilização, foi necessário elevar a taxa de juros nominal (aquela fixada pelo Governo) para conseguir uma redução na inflação. Atualmente a taxa de juros no Brasil é de 6 a 7%, enquanto que nos países desenvolvidos, oscila entre 2 e 3%.

Entretanto, a estabilização econômica bem sucedida no Brasil, deixou duas heranças: o passivo externo, da ordem de $ 400 bilhões de dólares, que corresponde ao capital que está no Brasil, mas pertence à não residentes (investidores estrangeiros) e; e dívida interna, em que cada dólar que entra no Brasil, gera um real, e o Governo, para evitar a geração da inflação, emite títulos públicos e vende para recomprar o gerado com a entrada da moeda estrangeira. Este processo de financiamento da dívida com conta corrente (dívida interna) é conhecido como a “rolagem da dívida”.

Outra solução que foi adotada foi a venda do patrimônio interno, ou seja, a privatização de empresas públicas, para suprir o déficit produzido em conta corrente.

Uma maneira para neutralizar heranças deixadas, poderia ser, segundo Delfim, a baixa da taxa de juros em curto prazo. No entanto, com a adoção dessa tática, elevar-se-ia o Risco Brasil; ou, de outra forma, a executar uma política de exportações (substituição de importações).

Assim, o PIB cresceria mais depressa que a dívida interna e as exportações superariam as importações, tendo um resultado superavitário na Balança Comercial. Isso reduziria o spread (taxa de juro cobrada pelos Bancos em transações), e em decorrência, o juro. Estas são ações que o Governo deverá tomar, segundo o ex-ministro, para “evitar se aproximar de uma situação semelhante a da nossa vizinha Argentina”, ressalta.

Cada cidadão tem influência para ajudar a compor uma parte da história, que poderá ter outro final, dependendo do resultado da soma das vontades de 170 milhões de brasileiros. Vamos fazer a nossa parte. O que não podemos é nos omitir diante de tantos fatos que acontecem sem podermos nada fazer.

São Paulo, 05 de Agosto de 2002.

* Pós-Graduando em Controladoria e Finanças - Mackenzie
Edição Imparcial 133